O cenário financeiro desfavorável que atinge o país levou a comissão organizadora da SantaFlor 2015 a adiar a feira que estava programada para 17 a 20 de setembro, nas dependências do ginásio municipal de esportes. A previsão é de que o evento, que neste ano chegaria à terceira edição, seja realizado em 2016. “Vamos esperar até o momento de instabilidade ser superado”, ressalta o prefeito Fabiano Immich, que tem adotado medidas para reduzir gastos e manter o atendimento de qualidade à população.
A ação se faz necessária devido à falta de repasse de recursos por parte do estado e da União, o que tem levado o Executivo a custear programas e serviços que são de responsabilidade das esferas estadual e federal. “Achamos melhor transferir a feira do que cortar obras e outros investimentos que são importantes para o desenvolvimento de Santa Clara do Sul”.
Só em Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias, o governo municipal deixou de receber em torno de R$ 200 mil desde o início do ano. “Essas são verbas oriundas da União que têm um impacto grande nas contas de cidades pequenas e diminuem o poder de investimento”, esclarece o prefeito.
Outra dificuldade enfrentada pelo Executivo é a inconstância com que os governos federal e estadual têm enviado recursos ao município para manter serviços e programas criados por eles, inclusive de atenção básica. Immich lamenta que a administração municipal precise tirar dinheiro dos cofres públicos, que poderia ser usado para realizar obras, para cobrir essas despesas. “O estado e a União criam os programas e depois jogam a responsabilidade de custeio aos municípios”.
Até o momento, o governo municipal necessitou suplementar cerca de R$ 660 mil para manter serviços na educação e na saúde, que são os setores mais prejudicados com a falta de repasse. “Por isso, preferimos adiar a SantaFlor em vez de interromper programas como o turno integral, por exemplo”, enfatiza Immich. Embora o momento seja de incertezas financeiras, o prefeito salienta o esforço do Executivo para manter os serviços à população.
Immich lastima o fato de a comissão organizadora ser obrigada a transferir a SantaFlor.
“Trata-se do maior evento do município, que mostra as potencialidades locais e permite novos negócios, porém temos que priorizar o atendimento aos nossos moradores”. Segundo o prefeito, o Executivo quer manter investimentos como pavimentações asfálticas, construção do parque multiesportivo, colocação de ciclofaixa na ERS-413 e outras obras para possibilitar qualidade de vida à população.
Mesma opinião tem o presidente da feira, Gilmar Neumann. Empresário do ramo madeireiro e da construção civil, ele atesta que essas mesmas dificuldades que assolam os órgãos públicos também são percebidas no setor privado. “Sentimos que teríamos dificuldades para conseguir patrocinadores para o nosso evento, pois a crise atual também afeta as empresas e outros potenciais investidores”. Segundo ele, trata-se de um cenário que exige a transferência da feira até que a situação se normalize.
Foto Rafael Simonis
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