“Este templo foi erguido com muito esforço pelos antepassados, os quais merecem o nosso reconhecimento. As pedras, o concreto e o ferro são a base da sua construção. Porém, quem realmente sustenta o prédio são os fiéis. Afinal, é a comunidade a pedra viva dessa história”. A frase do bispo Dom Aloísio Dilli marcou a missa solene em comemoração ao centenário da Igreja Matriz São Francisco Xavier, realizada nessa quarta-feira, 12 de outubro, dia que também homenageou as crianças e a Nossa Senhora Aparecida.
Diante de centenas de religiosos, o bispo participou da celebração que lembrou a data histórica para a população santa-clarense ao lado do pároco local, Zeno Graef, sacerdotes, irmãs religiosas e ministros da Eucaristia. Passados cem anos da inauguração do templo atual, ocorrida em 1º de outubro de 1916, após três anos de construção, o trabalho dos voluntários da época ainda hoje chama a atenção de todos.
O presidente da Paróquia São Francisco Xavier, Charles Thomas, ressalta a rapidez com que o prédio foi concluído levando em conta que no período da construção o serviço era braçal e não havia a tecnologia de hoje. “Observemos a magnitude das paredes, os detalhes, a perfeição. A beleza das flores e dos gramados no entorno desse templo se resumiam a chão batido e restos de materiais de construção”.
Reformas
E para renovar a igreja visando à comemoração desse momento singular, a diretoria fez uma série de reformas no prédio a partir de 2014. Entre elas, a restauração dos altares laterais e do altar-mór, cujo trabalho foi realizado por Eclair Theves e Rosane Rambo Theves. As imagens dos santos, por sua vez, foram reparadas por Marilise Kaufmann. O altar principal da igreja é uma construção do irmão João Burlefinger, realizada em São Leopoldo e trazida por navio até Santarém, próximo à localidade de Mariante, Venâncio Aires, onde os santa-clarenses o buscaram com três carroças e diversas juntas de bois.
Gruta de Santa Clara
Além da bênção aos altares, outro destaque foi a inauguração da gruta de Santa Clara instalada na frente da igreja, a qual foi esculpida pelos artesãos Rodolfo e Sônia Zimmermann, de Arvorezinha. A imagem de pedra mármore foi doada pela senhora Lúcia Jung, com apoio da sua irmã Imelda. O prefeito Inácio Herrmann enalteceu a importância da Santa Clara que, além de ser a padroeira local, também dá nome ao município. “É preciso reverenciar os voluntários que na época uniram forças para construir o nosso templo, que é um dos cartões postais de Santa Clara do Sul. E parabenizar a todos que atuam em favor da nossa igreja”.
Depois da cerimônia religiosa, os fiéis se reuniram ao redor do templo e deram um abraço coletivo na igreja, simbolizando a relevância que o local tem para a comunidade santa-clarense e a gratidão do povo aos antepassados que lutaram para erguer o prédio que representa um marco histórico para Santa Clara do Sul. A programação ainda seguiu com almoço no Salão Paroquial e atividades alusivas ao Dia das Crianças.
Curiosidades
A cerimônia de inauguração do templo realizada em outubro de 1916 foi presidida pelo pároco de Lajeado, Emílio Reichmuth. Na época, 115 moradores trabalharam de forma voluntária para edificar o prédio. Dois construtores da Alemanha ajudaram na obra. A área total é de 759 metros quadrados. Sem contar as celebrações feitas antes da instalação da paróquia, em 1930, a igreja contabiliza 8.172 batizados, 2.504 casamentos e 6.562 crismados.
Fotos Rafael Simonis
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